segunda-feira, 29 de dezembro de 2008
quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
YHVH
Branco é preto
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
concepção
quinta-feira, 11 de dezembro de 2008
terça-feira, 2 de dezembro de 2008
cena de morte
Má sorte!
Recebia a notícia do fim de Márcia Vermelho
Irmã de Márcia Rosa
Que também padecia de doença fatal
Mas ainda não estava no final
Enquanto recebia o relato
A cena reproduzia o fato:
Márcia Vermelho cabelo ralo vestido claro
À beira do rio banhada de sol
Sobre o gramado sob o céu azulado
Onde todo dia pela manhã ia fumar seu cigarro
E descarregar seus pigarros
Sendo sacudida por um súbito colapso...
A palidez de seu rosto e o vazio no lapso
Como se uma força invisível e cruel
Lhe arrancasse do corpo a alma
Deixando em seus lábios a contração amarga
Do gosto de fel...
Alguém lacrimoso lhe acudia mas nada adiantava
A não ser a companhia impotente
Ante a intrusa que lhe subtraia violentamente
Eu tudo assistia mais como testemunha de um desfecho
Do drama da existência a cores e ao vivo...
A morte iguala todos os seres vivos
Humano vegetal animal
A morte não é natural!
Existir é uma inocência!
Morrer é uma indecência!
sexta-feira, 28 de novembro de 2008
malanragem
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
conjugação
da solidão a dois
Uma autonomia dependente
A fraternidade
a solidariedade
O carinho o respeito
e o tesão
compõem a moldura
que sustenta o espelho
para que um possa
se ver no outro
O ciúme é o prego no qual
esse espelho deve
ser dependurado
Tome cuidado pois
se a cabeça do prego for muito grande
será impossível dependurar o espelho
CONFUSÃO
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
pensamento
Vou escrevendo e a palavra
vai estimulando o pensamento
Vou escrevendo o pensamento
e enchendo o papel de palavras
O nada do papel
estimula todo o meu pensamento
Vou enchendo esse nada com meu todo
e de repente está lá
meu pensamento em forma de palavras
e tudo bem
Hora de degustar um bom e velho vinho
porque não sou de ferro!
FORJA I
Se dissolve se dilui
É bom mas é ruim
No início é um alívio
A descarga do peso do convívio...
Em seguida desafia o costume
Tentando remover o betume
Que na alma sorrateiro
Instalou a dependência
É o começo de outra fase
Culpa medo ira saudade
Tudo junto misturado fora de tom
Mostrando que o que era ruim mas era bom
Agora já era!
E no esfumo da loucura
No entremeio do desencanto
Um aceno se permeia
É o sorriso do descanso
Alma em via de assunção
Que por fim desobceca
Vê o mundo com os olhos
De quem se viu livre da cerca
A realidade permanece a mesma
Mas o olhar da alma livre
Vê o mundo com beleza
E um ar de melancolia
Frutos da compaixão que germinava
Enquanto a alma padecia
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
E U N A S C I
Desbunde
sexta-feira, 7 de novembro de 2008
Refração
Me deixa meio incerto
O engano dos sentidos
Na mirada sem sentido
Faz reter uma imagem
Que me lembra teu dorso
Empreendo a caminhada
Suavidade arredondada
Convexa com vida convidativa
Ao delírio da jornada
Sinto o sopro de sereia
Me dizendo que areia
É o chão da grade praia
Que meu passo faz sentido
Nessa linha do olhar
Em que o fio dessa linha
Que me guia ao fim da linha
Onde ali começa o mar...
Bla bla bla sobre o Impossível
O impossível
É uma possibilidade
Que se apresenta
Como algo intransponível
Insolucionável
Uma inviabilidade momentânea...
Então tá!
Diante do impossível
Só faço o que é possível
Nisso reponho forças
Acumulo recursos
E de repente
Realizo o impossível
terça-feira, 28 de outubro de 2008
Éras liiiinda,
pulsavas e me amavas...
e me olhavas
olhavas muuuito
um olhar pidão
daqueles impossível de
se negar o que pedias
Acordei meio culpado
E lembrei com alívio
Que já lhe dava
O que querias
Que seu olhar pidão
Era gratidão por saber
Que entre o que querias
E o que recebias existia eu
Teu desejo
domingo, 26 de outubro de 2008
O piano e o divã
Enquanto são
Quando deixam de ser
Já não são mais...
Mas alguma coisa permanece
Nada se dilui por completo
Traços de nós prosseguem
No traçado de cada um
Parte de mim em ti
Manifesta um pouco
Do muito que fomos
Parte de ti em mim
Recompõe meu devir
No perpétuo dever de renovar
Sem esquecer o que foi
E eu relembro...
Eu sou tu ele ela nos vós eles elas
Eu sou sendo
E vou sendo
Dançando...
segunda-feira, 20 de outubro de 2008
domingo, 12 de outubro de 2008
subliminar
Da pluma que plana
E pousa serena na planta
Da palma
Entre o céu e a terra
Tudo encerra
Sua densidade
E sua aparência esconde verdades
Que se lhe apresentam
Num leve mistério
Vestida de Novo
E noiva do tempo
Bons ventos lhe sopram...
Voal que seduz
E sugere o encanto
Te laça e conduz
A um novo encontro
Que não se revela pra que permaneça
E aqueça o convívio com sua beleza
SERENA
BÁSICO
para que se esteja
bem acompanhado
é estar-se inteiramente só
domingo, 5 de outubro de 2008
inspiração III ou IV
Alinham-se em conjunção
E se abrem em sincronia
Desfazendo a agonia
Refazendo a união
Dos de antes com o agora
Soprando pelas eras
Afinando minha vida...
Eu diante do portal
No peito o violão
Numa mão uma palheta
E na outra o Digital
Sentindo-me um guardião
Sob o vento ancestral
Leão de chácara divino
Das meninas e meninos
Que gritam em meu vocal...
Do topo do presente
Do oco da garganta
Ouço o eco do grito
No nicho da gruta
E olho pra frente...
Na greta do tempo sou grato
Levo a alma da alma pra’lém
Do futuro e da esperança
Pra’lém...
quinta-feira, 2 de outubro de 2008
DO VAGÃO
Gostei do rela-rela
Você me deixou naquela
Os ressaltos ao longo dos trilhos
Já não são entediantes
Tornaram-se interessante
Soam como estribilhos
Que colorem e trazem brilho
Ao compasso da viagem
Ir contigo na paisagem
Dá sentido à bagagem
Que sem ti seria peso
Que senti como desprezo
Que o preso sentiria
Nu na fria solitária
Caso o acaso não trouxesse
Teu calor como agasalho
CONTRATO
Aceito ser feliz contigo
até que alguma morte nos separe
Já que invariavelmente nos separaremos
Determinemos critérios
Que morra o tesão
mas não o carinho
Que morra a paixão
mas não a amizade
A disposição de convivência
mas não o respeito
Mas, se nada disso morrer
envelheçamos juntos
de amor
até que a morte física nos separe